POLÍTICA


Ministro do Turismo usa verba do União Brasil para alugar imóvel da própria empresa

Entre março de 2022 e o fim do ano passado, o partido desembolsou R$ 244,7 mil para manter o espaço

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

 

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), recebeu do diretório estadual do partido pagamentos de aluguel referentes à sede da legenda em Belém por meio de uma empresa da qual é proprietário. Documentos enviados ao TSE mostram contratos e comprovantes de depósito que colocam Sabino dos dois lados do acordo: como presidente estadual da sigla e como dono do imóvel alugado. O caso foi revelado em reportagem do portal UOL.

Entre março de 2022 e o fim do ano passado, o partido pagou R$ 244,7 mil à Capital Real Imóveis —empresa de Sabino— para alugar a casa que serve de sede ao partido na capital paraense. O imóvel fica em área movimentada que reúne restaurantes, escritório de TV, agência de turismo e entidades de advocacia.

Em nota ao UOL, Sabino afirmou que a escolha do imóvel “foi tomada de maneira colegiada pelo diretório estadual”, disse que o valor ficou abaixo do mercado e classificou o contrato como vantajoso para o partido.

A revelação ocorre em meio à instabilidade do ministro dentro do União Brasil. Em setembro, o presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda, exigiu que filiados deixassem o governo Lula. Sabino, porém, resistiu e permaneceu no cargo — o que intensificou a crise interna, sobretudo porque o Ministério do Turismo tem papel direto nos preparativos da COP30, que ocorrerá em Belém, seu reduto eleitoral.

O ministro enfrenta um processo por infidelidade partidária e deve ter sua situação analisada pela Executiva Nacional na próxima semana. Caso seja expulso, poderá levar ao menos 55% da ala regional, formada por filiados ligados a ele por cargos na Câmara, no ministério e em áreas da prefeitura de Belém e do governo do Pará.