POLÍTICA


Michelle chora, diz que Bolsonaro vomita à noite e pode broncoaspirar na prisão

Relato foi feito em encontro que reuniu familiares do clã e bancadas do PL no Congresso para traçar estratégia

 

Imagem: Reprodução/YouTube

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chorou ao relatar episódios noturnos em que Jair Bolsonaro vomita e corre risco de broncoaspiração, o que poderá ocorrer quando ele estiver sozinho. A fala dela ocorreu durante reunião do PL nesta segunda-feira (24), segundo o jornal Folha de S. Paulo. No encontro, parte do clã-Bolsonaro e as bancadas do PL no Congresso discutiam ações diante da prisão preventiva do ex-presidente.

Segundo participantes, Michelle descreveu que, enquanto dorme, Bolsonaro tem crises de soluço e, às vezes, vomita.

Ela afirmou ainda que sabe exatamente como posicioná-lo para evitar complicações, mas teme que, na prisão, ele não receba assistência imediata.

“Em várias noites, a preocupação dela era o presidente Bolsonaro, em função do soluço, poder broncoaspirar — algo que pode gerar complicações, inclusive fatais. E ele está lá agora sozinho”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após a reunião. “Se acontecer algo, pode ser tarde demais para acudi-lo.”

Ao usar a palavra, Flávio cobrou unidade interna após semanas de conflitos entre aliados, enquanto Carlos Bolsonaro elogiou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Ele também afirmou que o partido retomará ofensiva no Congresso para tentar destravar o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de Janeiro, medida que beneficiaria o ex-presidente.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem margem jurídica para determinar o cumprimento definitivo da pena de Bolsonaro, condenado em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Nesta segunda-feira (24), a Primeira Turma do tribunal validou por unanimidade a ordem de Moraes pela prisão preventiva do ex-presidente, sob a justificativa de risco de fuga após ter buscado romper sua tornozeleira eletrônica.

No mesmo dia, foi encerrado o prazo para as defesas dos condenados do chamado núcleo central da trama golpista apresentarem os segundos embargos de declaração, que permitem esclarecer pontos da decisão sobre a trama golpista.

Os advogados de Bolsonaro não apresentaram esse novo recurso e podem tentar os chamados embargos infringentes, que possibilitam a rediscussão do mérito de ações penais.