POLÍTICA


Lula respira entre mais pobres e no Nordeste, mas tem desgaste na classe média, aponta Datafolha

Entre os eleitores que recebem até dois salários mínimos por mês, o presidente registrou aprovação de 32%, ante 30% na rodada anterior, em abril

Foto: Ricardo Stuckert

 

O presidente Lula (PT) teve oscilações na avaliação de seu governo que representam um respiro entre os segmentos mais pobres e na região Nordeste, reduto eleitoral do petista, mas com desgaste entre os brasileiros de classe média ou com renda mais alta. É o que aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (12).

De acordo com o levantamento, o petista apresentou leve alta entre eleitores que ganham até dois salários mínimos por mês, grupo que representa 51% da amostra da sondagem. Cerca de 32% dessa faixa aprovam a atual gestão, ante 30% registrados na rodada anterior, em abril. A reprovação caiu de 36% para 33% no mesmo intervalo. A margem de erro para esse segmento é de três pontos percentuais.

No Nordeste, região historicamente favorável a Lula, a aprovação segue praticamente estável. São 37% de avaliações positivas agora, contra 38% em abril. Apesar da oscilação, o índice ainda está abaixo do observado em dezembro de 2023, quando Lula registrava 49% de aprovação na região. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, e os nordestinos representam 26% do total de entrevistados.

Entre as mulheres, outro público prioritário para o presidente, os índices se mantêm estáveis: 30% de aprovação, mesmo patamar de dois meses atrás. Apesar dos esforços do governo para se aproximar deste eleitorado com políticas públicas voltadas à equidade de gênero, o impacto dessas ações ainda é limitado. Além disso, declarações do presidente consideradas machistas por críticos têm gerado desgaste.

O cenário mostra pequenos sinais de recuperação em segmentos-chave para o projeto de reeleição em 2026, mas indica que o governo ainda enfrenta desafios relevantes na consolidação de apoio popular.