POLÍTICA


Lula diz que não vai ‘se humilhar’ para Trump após tarifaço sobre produtos brasileiros

Presidente afirma que não haverá negociação direta com os EUA

Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

Diante do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista à agência Reuters, que não pretende “se humilhar” diante do governo americano e, por isso, não vê espaço para uma negociação direta sobre as tarifas.

Segundo Lula, a decisão também leva em conta a ausência de interlocução por parte da gestão Trump com autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

“Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, disse o presidente.

Apesar da medida, o governo avalia que o impacto comercial será limitado. Com a lista de exceções divulgada pelos Estados Unidos, as tarifas atingem apenas 12% da balança comercial brasileira, e, segundo Haddad, devem afetar cerca de 4% das exportações.

Lula minimizou os efeitos do tarifaço e destacou que o Brasil buscará alternativas no mercado internacional. “Se os Estados Unidos não querem comprar, nós vamos procurar outro para vender; se a China não quiser comprar, nós vamos procurar outro para vender. Se qualquer país que não quiser comprar, a gente não vai ficar chorando que não quer comprar, nós vamos procurar outros”, afirmou.