POLÍTICA


Kleber Rosa reage a deputado e diz que uso da Bíblia em escolas ‘fere princípio laico’

Pré-candidato do PSOL acusa Samuel Júnior de ignorância e defende que currículo não pode seguir doutrina religiosa

Foto: AscomALBA/AgênciaALBA

 

O pré-candidato a deputado estadual Kleber Rosa (PSOL) afirmou nesta quarta-feira (19) que o deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) demonstra “intolerância religiosa” e “incapacidade de compreender a educação como espaço da diversidade” ao defender a lei que autoriza o uso da Bíblia como material paradidático nas escolas de Salvador. A reação ocorre um dia após Samuel criticar o PSOL e dizer que “tudo que não presta tem o apoio” do partido.

Kleber disse que a escola deve seguir critérios científicos e não pode submeter o currículo a uma doutrina específica. “A escola como espaço de educação, como espaço de ciência, não pode sucumbir a uma doutrina religiosa. Essa lei, quando institui a Bíblia como material paradidático, está incluindo a Bíblia no currículo escolar, e isso fere o princípio laico”, afirmou.

O pré-candidato classificou a proposta como uma violação do caráter secular da educação. “Cabe a análise científica do conteúdo cultural, político e histórico de todas as religiões, mas a doutrina precisa ser protegida. O deputado expressa sua ignorância e sua concepção ideológica de que é necessário construir um Estado religioso”, disse.

Ele também criticou o que chamou de tentativa de segmentos ligados a igrejas pentecostais de impor preceitos religiosos ao conjunto da sociedade. Segundo Kleber, a legislação deve impedir esse movimento. “A legislação brasileira não permite e vai responsabilizar o prefeito por essa atitude”, declarou.

Na terça-feira (18), Samuel havia dito que a lei não viola a laicidade e acusou o PSOL de incoerência ao questionar o texto. O deputado afirmou que o partido defende “tudo que não presta” e citou episódios na Assembleia para justificar a crítica. O embate ocorre no contexto da Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pelo PSOL contra a norma sancionada pelo prefeito Bruno Reis.