POLÍTICA


Justiça do DF pede explicação sobre viagens de Janja

A Justiça do DF solicita esclarecimentos do governo sobre despesas da primeira-dama em compromissos fora do país

Foto: Ricardo Suckert/Presidência da República

 

A Justiça do Distrito Federal determinou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 20 dias para responder a uma ação que questiona os gastos da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, em viagens internacionais. A ação buscava suspender pagamentos e reembolsos relacionados a essas viagens, além de exigir um relatório detalhado das despesas. No entanto, a 9ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal negou esses pedidos, alegando falta de solicitação prévia das informações por parte dos autores.

O caso foi movido pelo vereador Guilherme Kilter, do partido Novo de Curitiba, e pelo advogado Jeffrey Chiquini Da Costa. A decisão judicial, assinada pelo juiz Leonardo Tavares Saraiva, ressaltou que a análise do direito alegado só poderá ser aprofundada após o contraditório ser formalizado. Segundo a Folha de S.Paulo, a Advocacia-Geral da União estabeleceu normas para a prestação de contas das despesas da primeira-dama, sem que haja a criação de um cargo oficial no governo para ela.

As viagens de Janja têm gerado questionamentos devido à falta de transparência sobre os custos, dado que ela não possui um cargo oficial. A AGU estipulou que as despesas com a primeira-dama e sua equipe devem ser publicadas no Portal da Transparência e estarem acessíveis via Lei de Acesso à Informação. Desde abril, o governo tem divulgado diariamente a agenda oficial da cônjuge do presidente. A última viagem internacional de Janja foi à Rússia e China, onde acompanhou Lula em visitas de Estado.

Durante a estadia na Rússia, Janja chegou antes do presidente, o que levantou suspeitas devido aos compromissos pessoais, como visitas a universidades e ao Teatro Bolshoi. Na China, uma declaração crítica ao TikTok em um jantar com o líder Xi Jinping teria provocado desconforto. A Folha de S.Paulo informa que assinantes podem liberar acessos diários para que não-assinantes possam ler conteúdos do jornal, incentivando assim a disseminação de informações independentes e de qualidade.