POLÍTICA


Jaques Wagner critica operação no Rio e defende segurança baseada em inteligência

Para o líder do Governo no Senado, número de mortes torna ação “inexitosa” e reforça a necessidade de atacar o financiamento do crime organizado

Foto: Andressa Anholete / Agência Senado

 

O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT), afirmou nesta quarta-feira (29) que a operação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos, não pode ser considerada bem-sucedida. Para ele, ações de segurança pública que resultam em elevado número de vítimas revelam falhas estruturais. “Uma operação com mortos jamais será exitosa. Fizeram um terreno de batalha no Rio de Janeiro”, declarou, em entrevista à rádio Band Conquista.

Wagner defendeu que o enfrentamento ao crime organizado deve se concentrar no uso de inteligência integrada e na asfixia financeira das facções, e não em estratégias “de guerra”. O senador citou operações recentes conduzidas com apoio do Governo Federal, como a que atingiu o núcleo financeiro ligado ao PCC em São Paulo e a Operação Primus, na Bahia, que bloqueou mais de R$ 6,5 bilhões do crime.

Para o parlamentar, o caminho mais eficaz para reduzir a violência passa por investigações robustas e cooperação entre as forças de segurança. Ele destacou que o Executivo tem priorizado iniciativas que desarticulam a estrutura econômica das organizações criminosas, consideradas por ele o “ponto central” da atividade ilícita.

Wagner também criticou a politização da tragédia no Rio e fez um apelo por unidade entre os entes federativos. “Quem quer faturar politicamente em cima do que aconteceu no Rio está no caminho errado. Nós temos que dar as mãos porque a questão da segurança é um problema mundial. Acho que temos que tratar desse assunto com a seriedade que ele merece”, concluiu.