POLÍTICA


Governo Lula levou ao menos 120 pessoas nas viagens para Rússia e China

Lista é parcial, e não há dados consolidados sobre despesas com diárias e passagens; Secom diz que comitivas são compostas por servidores que atuam para viabilizar eventos

Foto: Ricardo Stuckert / PR

As visitas de Lula (PT) à Rússia e à China mobilizaram ao menos 120 pessoas, incluindo ministros de Estado, técnicos, assessores e autoridades como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Segundo levantamento realizado pela Folha de S.Paulo, com base em informações do Diário Oficial da União e em dados disponibilizados em portais da transparência, a comitiva contou com grande número de servidores de diferentes órgãos do governo federal. Apenas a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) enviou 27 pessoas, enquanto a Casa Civil deslocou 19 funcionários.

A missão oficial de Lula nos dois países teve como foco ampliar relações comerciais, discutir pautas multilaterais e reforçar a atuação do Brasil em blocos internacionais como o Brics. A agenda incluiu encontros com chefes de Estado e participação em fóruns econômicos e políticos.

A dimensão da comitiva, no entanto, gerou repercussão nas redes sociais e entre parlamentares da oposição, que questionam os custos da operação e a necessidade da presença de tantos integrantes. Até o momento, o governo não detalhou o valor total das despesas da viagem.

O giro internacional de Lula começou em 6 de maio, quando o presidente embarcou para Moscou. Na capital da Rússia, ele participou de uma celebração dos 80 anos da vitória da Rússia na Segunda Guerra Mundial. Na prática, o evento serviu como demonstração de força Vladimir Putin após três anos de guerra na Ucrânia e gerou desgaste ao presidente brasileiro, uma vez que os chefes de Estado e de governo presentes em Moscou eram majoritariamente ditadores e autocratas.

Segundo a Folha, o ministros tiveram agendas temáticas e encontros com empresários durante a viagem do presidente. Durante seminário organizado pela ApexBrasil, empresas chinesas sinalizaram investimentos de cerca de R$ 27 bilhões no Brasil envolvendo áreas como a produção de combustível sustentável para a aviação.

Foram assinados também diversos acordos em saúde, o principal deles entre a brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac, que anunciaram o Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, voltado para vacinas e outras atividades.

Em nota, a Secom diz que as comitivas oficial, técnica e de apoio são mobilizadas durante as viagens do chefe do Executivo, sendo que a lista que compõe os dois últimos grupos fica sob sigilo, no grau reservado por até cinco anos.