POLÍTICA


Governo libera R$ 2,3 bilhões em emendas no fim de junho, com maioria dos recursos destinada ao Centrão

Até o momento, governo empenhou um total de R$ 3,13 bilhões para pagamento de emendas

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

 

A última semana de junho registrou a maior liberação de emendas parlamentares deste ano. Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), foram empenhados R$ 2,3 bilhões em emendas, sendo 53% destinados a partidos do Centrão, bloco informal que reúne siglas de centro e centro-direita na Câmara dos Deputados. Quando considerado apenas o valor efetivamente pago, a participação dessas legendas sobe para 59%.

De acordo com o G1, até o momento, o governo empenhou um total de R$ 3,13 bilhões para pagamento de emendas, dos quais 54% foram indicados por partidos do Centrão. O montante pago, contudo, é bem menor: R$ 940 milhões.

A maior parte dos recursos refere-se a emendas individuais impositivas, propostas diretamente por parlamentares. Não houve liberação de verbas para emendas de comissões, que estão sob questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF) desde o ano passado.

Entre as 8.861 emendas registradas, 1.510 foram empenhadas, 560 liquidadas e 492 pagas. Destas, apenas três eram emendas de bancada, totalizando R$ 2,2 milhões. Os R$ 938 milhões restantes foram destinados a emendas individuais.

Apesar da dominância do Centrão, o partido que mais recebeu recursos foi o PL, de oposição ao governo, que detém a maior bancada no Congresso. Sozinho, o partido foi responsável por 17,7% das emendas pagas na última semana, com R$ 418 milhões liberados. No total do ano, já soma R$ 520 milhões em emendas empenhadas. Na sequência, os partidos mais beneficiados foram: MDB (11,8% das emendas liberadas), PSD (11,7%) e PT (11,5%).

No Senado Federal, o Centrão também liderou o recebimento das emendas com 46% do total. A base governista, que tem atuado para evitar derrotas em votações estratégicas, ficou com 37%, enquanto a oposição recebeu 16%.

Na Câmara dos Deputados, dos R$ 702 milhões pagos em emendas, 58% foram destinados a partidos do Centrão, 28% à base do governo e 14% à oposição.