POLÍTICA


Gleisi Hoffmann critica indicação de Derrite para relatar PL antifacção

Para a ministra, escolha tem viés político e coloca aliado de Tarcísio no comando de um projeto estratégico do governo Lula

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu à indicação do deputado Guilherme Derrite (PP) para relatar o projeto de lei antifacção na Câmara. Ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Derrite retornou ao mandato após tirar licença do cargo e foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para conduzir o texto.

Em entrevista à Globonews, Gleisi afirmou que a escolha tem forte carga política, já que Derrite integra o governo de Tarcísio de Freitas, potencial adversário de Lula em 2026. “Motta indicou o secretário de Segurança do governo de São Paulo, que tem um governador que declaradamente faz oposição ao presidente Lula e que pensa em disputar eleição”, disse a ministra.

O projeto antifacção foi enviado pelo governo federal à Câmara após a megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e reacendeu o debate sobre segurança pública. O texto prevê aumento de pena para até 30 anos em casos de homicídio cometido a mando de facções, cria uma qualificadora específica para esse tipo de crime e amplia instrumentos para atingir empresas utilizadas pelo crime organizado.

A proposta ainda regulamenta a gravação de conversas entre presos e advogados quando houver indícios de articulação criminosa, medida defendida por setores da segurança e criticada por entidades jurídicas.