POLÍTICA


General confirma ter escrito plano para matar Lula e Moraes: ‘Um pensamento digitalizado’

Mario Fernandes negou ter compartilhado o conteúdo com outras pessoas

Foto: Isac Nóbrega/PR

 

O general da reserva Mario Fernandes admitiu, nesta quinta-feira (24), ser o autor do plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em depoimento à Corte, o militar afirmou que o documento era apenas um “pensamento digitalizado” e negou ter compartilhado o conteúdo com outras pessoas.

“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilado de dados, uma análise de riscos. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, disse. “Eu garanto, neste momento, que se o meu HD fosse extraído, em nada acrescentaria ao processo. Esse arquivo é absolutamente descontextualizado”, completou.

Fernandes está preso desde novembro do ano passado, após a Polícia Federal encontrar o plano em seus equipamentos eletrônicos. A corporação classificou o “Punhal Verde e Amarelo” como um “planejamento com características terroristas”. A investigação revelou que o plano previa o uso de “químicos para causar um colapso orgânico” em Lula, e o assassinato de Moraes por meio de “artefato explosivo” ou envenenamento durante um evento público.

O documento também detalhava o uso de armamento pesado, incluindo pistolas, fuzis, metralhadoras e lança-granadas. A Polícia Federal apontou ainda que o arquivo foi impresso duas vezes dentro do Palácio do Planalto, nos dias 9 de novembro e 6 de dezembro de 2022, após o segundo turno das eleições.

O general, que já atuou como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro, também é réu na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no cargo após a derrota nas urnas.