POLÍTICA


‘Empresários baianos estão com medo de exportar’, diz Jerônimo sobre tarifa de 50% imposta pelos EUA

Governador da Bahia alerta que cargas de mel e pescados já estão paralisadas nos portos do estado

Foto: Lucas Vieira/MundoBA

 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou nesta quarta-feira (23) que os empresários baianos estão com medo de exportar produtos para os Estados Unidos diante da nova tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano, que entra em vigor no dia 1º de agosto. Segundo ele, cargas de mel e pescados já estão paralisadas nos portos do estado por receio de serem taxadas ao chegarem ao destino.

“Estamos muito preocupados sobre o dia 1º, com o que pode acontecer. A gente já está vendo contêineres de pescados e de mel paralisados nos portos, por conta do medo dos empresários em enviar e chegar lá ter que pagar para ver o seu produto nas docas”, afirmou Jerônimo. “É um absurdo e inadmissível isso, você mudar uma regra do jogo, com o jogo acontecendo”, acrescentou durante coletiva de imprensa no lançamento do Plano Safra 2025/2026, em Salvador.

O petista contou ainda que esteve em Juazeiro, norte da Bahia, no último sábado (19), onde ouviu de um produtor de frutas a preocupação com os impactos da tarifa. “Um produtor me disse: ‘Governador, eu produzo um tipo de manga que foi desenhado e feito para o consumo do norte-americano. Vamos colher agora no final de julho, o que eu vou fazer com essas mangas?’ Ele está sem respostas”, relatou.

Jerônimo também afirmou que tem buscado diálogo com entidades do setor produtivo e com o governo federal. “Sentei com o setor produtivo, Fieb, Faeb e Fecomércio na semana passada para nos colocarmos à disposição. Liguei para o [vice-presidente] Geraldo Alckmin, estive com o presidente Lula e conversei. Fui em Juazeiro, sentei com o setor produtivo”, detalhou.

De acordo com o chefe do Executivo baiano, o estado será fortemente impactado pelas novas tarifas, principalmente por exportar produtos como celulose, grãos, frutas, minério e derivados do petróleo. “É um baque muito forte no Brasil, mas em especial na Bahia”, concluiu.