POLÍTICA


Eduardo Bolsonaro volta a receber salário da Câmara, mas contas seguem bloqueadas

Deputado teve R$ 17 mil brutos creditados após fim de licença; decisão do STF impede movimentação dos valores

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a receber salário da Câmara dos Deputados neste mês, mesmo estando nos Estados Unidos desde fevereiro e com as contas bancárias bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com o fim da licença parlamentar em 20 de julho, período em que o Congresso estava em recesso, Eduardo teve R$ 17 mil brutos creditados em sua conta, valor proporcional ao período em atividade no mês, segundo dados do Portal da Transparência da Câmara. Com os descontos obrigatórios, o valor líquido foi de R$ 13.338,69.

Apesar de o valor ter sido creditado, o deputado não pode acessar os recursos, uma vez que está com as contas e chaves PIX bloqueadas, além de impossibilitado de vender bens móveis e imóveis, também por determinação de Moraes no mês passado. Procurado pelo jornal O Globo, o liberal não se manifestou.

A Câmara dos Deputados confirmou, em nota, que o pagamento referente a julho foi realizado porque a decisão judicial chegou no dia 24, após o fechamento da folha de pagamento, concluído no dia 21. A Casa informou ainda que os próximos salários serão retidos enquanto durar o bloqueio judicial.

Embora o deputado esteja fora do país e tenha declarado não ter intenção de retornar ao Brasil, o gabinete parlamentar segue em funcionamento normal. De acordo com registros da Câmara, oito assessores continuam lotados no gabinete de Eduardo, com salários entre R$ 9 mil e R$ 14 mil. A folha, em julho, totalizou R$ 123 mil.

Sobre este caso, a Câmara afirmou que não pode agir sem ordem expressa do Judiciário, uma vez que o deputado mantém o mandato ativo.