POLÍTICA


Eduardo Bolsonaro ficará nos EUA e deve fazer campanha a distância em 2026, dizem aliados

Deputado licenciado é alvo de inquérito do STF por supostamente cometer crimes ao atuar para que governo Trump aplique sanções contra Alexandre de Moraes

Foto: Paola de Orte/Agência Brasil

Aliados do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dão como certa sua permanência nos Estados Unidos e já falam em campanha eleitoral a distância em 2026, após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), abrir um inquérito para investigá-lo. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Eduardo deixou o país e anunciou licenciamento do cargo em março, alegando temor de que o ministro mandasse apreender seu passaporte. À época, ele não era investigado, o que levou sua decisão a ser questionada por aliados e, inclusive, por Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a Folha, a avaliação era a de que Eduardo passaria a impressão de que estaria fugindo. Agora, a ofensiva do Judiciário deu a ele argumento de perseguição, segundo aliados.

De acordo com o regimento da Câmara, ele tem direito à licença por interesse particular por 122 dias, o que o obriga a retornar ao cargo em 22 de julho. Essa licença não é renovável, e o deputado pode seguir com faltas injustificadas até um terço das sessões, antes de perder o mandato.

Apesar disso, cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) no caso, aplicar a regra. Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, foi preso em março do ano passado e só teve o mandato cassado em abril deste ano —ultrapassando, portanto, o limite de faltas.

De acordo com interlocutores de Eduardo, ele costuma dizer que voltaria ao Brasil quando se sentisse seguro. Inicialmente, havia uma expectativa de que, quando saíssem as sanções contra autoridades brasileiras, haveria uma espécie de recuo do STF.

Agora, a percepção é contrária, de que o cerco contra o filho do ex-presidente vai se fechar, mesmo diante da iniciativa do governo de Donald Trump de restringir o acesso aos Estados Unidos de estrangeiros que o governo avaliar como responsáveis por censurar empresas ou cidadãos americanos e de residentes no país.

Eduardo é investigado por supostamente cometer crimes ao atuar junto a autoridades estrangeiras nos Estados Unidos contra “integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal”.

O chefe da PGR, Paulo Gonet, menciona no pedido de abertura de inquérito a ofensiva de Eduardo para que o governo Donald Trump aplique sanções contra o próprio Moraes, relator da investigação contra o deputado licenciado.