POLÍTICA

Marcos Pollon diz que não entendeu motim na Câmara por ser autista e nega incentivo para permanecer no plenário

Parlamentar é um dos alvos de uma representação que será analisada pelo Conselho de Ética e incluído na lista de parlamentares que podem ser suspensos por até seis meses

Publicado em 09/08/2025 às 12h00.
Por Redação

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) afirmou, nas redes sociais, que não compreendeu a situação durante o motim que paralisou os trabalhos da Câmara dos Deputados por mais de 30 horas. Segundo ele, o fato estaria relacionado ao diagnóstico de autismo. Ainda assim, ele é um dos alvos de uma representação que será analisada pelo Conselho de Ética e incluído na lista de parlamentares que podem ser suspensos por até seis meses.

O episódio ocorreu na quarta-feira (6), quando Pollon e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foram os últimos a deixar o plenário, no momento em que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentava reassumir a cadeira para retomar a sessão. “Estão dizendo que ele [Marcel] sentou na cadeira do Hugo Motta e que me incentivou a ficar lá. Isso é mentira. Olhem as imagens. Eu sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo naquele momento”, declarou Pollon.

De acordo com o parlamentar, ele convidou Van Hattem a acompanhá-lo para que o orientasse. “Sentei na cadeira do Hugo Motta e ele sentou ao meu lado, pois é uma pessoa em quem confio. Falei: ‘Me orienta, pois, pelo que combinamos, haveria um rito para a desocupação e esse combinado não foi cumprido. Nós desceríamos antes que o presidente subisse’”, afirmou.

Apesar da alegação, Pollon admitiu que havia um acordo para não desocupar o espaço sem uma resposta sobre o pedido de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. “Várias vezes, pelo vídeo que fiz, é possível me ver dizendo que não estava entendendo e que só sairia dali quando tivéssemos uma resposta positiva para as vítimas do 8 de janeiro.”

Dias antes, no domingo (3), durante um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso do Sul, seu estado, Pollon chamou Hugo Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e sessenta”. Além de Pollon e Van Hattem, também devem ser indicados para suspensão pelo motim os deputados Zé Trovão (PL-SC) e Júlia Zanatta (PL-SC), segundo decisão do presidente da Câmara.

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