POLÍTICA


Deputado é alvo de operação da PF por fraudes em licitações

'Operação Underhand' cumpriu mandados no gabinete do deputado, em Brasília, e em endereços ligados a ele em cinco cidades do Ceará

Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

O deputado Júnior Mano (PSB-CE) é um dos alvos da Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal (PF) e apura uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios e contratuais no Ceará.

Segundo a corporação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, no gabinete e na residência oficial do parlamentar, em Brasília, assim como nas cidades cearenses de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. As medidas foram autorizadas elo Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Gilmar Mendes.

Ainda de acordo com a PF, o socialista faria parte núcleo investigado suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.

Foi determinado ainda o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, com o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário. Segundo as investigações, as condutas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.

Conforme o Metrópoles, o caso do deputado chegou ao STF após a Polícia Federal encontrar indícios de que o parlamentar estaria “diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra de votos) e consolidar sua base de apoio político”. Em 2022, a prefeita da cidade de Canindé denunciou um aliado do parlamentar durante a campanha eleitoral.

Em nota, o deputado afirmou que “não tem qualquer participação” no esquema criminoso. “O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”. No documento, Júnior Mano diz ainda ter “plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá”.