POLÍTICA


Depoimentos apontam que governo Lula sabia de desvios no INSS

Gestores teriam ignorado alertas e mantido descontos em aposentadorias, segundo CPMI

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Os primeiros depoimentos na CPMI do INSS indicam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado sobre os descontos irregulares em aposentadorias desde o início de 2023, mas não tomou medidas imediatas para barrar os repasses.

Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), uma auditoria apontou que 97% dos descontos analisados eram indevidos. Mesmo assim, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, defendeu a continuidade dos pagamentos alegando que as entidades prestavam serviços como planos de saúde e auxílio-funeral.

A defensora pública Patrícia Bettin Chaves, da Defensoria Pública da União (DPU), revelou que Adroaldo da Cunha Portal, atual número dois do Ministério da Previdência, integrava o grupo que investigava as fraudes. Parlamentares questionaram por que ele não teria levado as informações ao ministro Wolney Queiroz.

O deputado Fábio Costa (PP-AL) destacou o aumento dos descontos ilegais durante o atual governo: “O que vimos até aqui é um retrato vergonhoso: enquanto o governo Lula falava em cuidar do povo, a auditoria da CGU mostrou que, a partir de 2023, o número de descontos fraudulentos explodiu. Só no primeiro ano desse governo, foram R$ 1,3 bilhão em descontos ilegais, e, em 2024, esse rombo já ultrapassava R$ 3 bilhões.”

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) criticou a postura do Executivo: “É inaceitável que o governo tente aliviar sua responsabilidade dizendo que está ‘devolvendo’ os recursos. Não está! Está usando o dinheiro suado do contribuinte para tentar cobrir o rombo causado por criminosos. Isso é um duplo prejuízo para o povo brasileiro.”

A CPMI segue colhendo depoimentos para apurar responsabilidades e definir medidas de ressarcimento aos aposentados.