POLÍTICA


De Trump à COP30: Os dilemas que aguardam Lula após discurso na ONU  

Presidente retorna de Nova York diante de pressões internas e externas que vão da disputa política global à agenda climática no Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil após participar da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, mas não encontra um cenário tranquilo. Os próximos meses reservam desafios que vão da política internacional à gestão interna, passando por pressões ambientais e diplomáticas. 

Entre os pontos que exigem atenção está a relação com os Estados Unidos. A eventual volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025 preocupa o Itamaraty, que avalia os possíveis impactos para o Brasil e para a ordem global. O ex-presidente norte-americano mantém um discurso isolacionista e pouco afeito a acordos multilaterais, o que pode dificultar avanços em áreas como meio ambiente e comércio. 

No campo climático, o Brasil carrega a responsabilidade de sediar a COP30, em 2025, em Belém. Lula busca projetar o país como protagonista na agenda ambiental, mas enfrenta contradições internas, como o aumento de pressões do agronegócio e a necessidade de reduzir o desmatamento na Amazônia para manter a credibilidade internacional. 

Além disso, há os desafios da política doméstica. As negociações com o Congresso seguem complexas, em especial no campo econômico, onde pautas de interesse do governo esbarram em resistências de aliados e da oposição. 

O retorno de Lula da ONU marca, portanto, o início de uma fase em que o Brasil será testado em múltiplas frentes: reafirmar seu papel global, garantir a realização de um evento climático de impacto histórico e equilibrar as tensões políticas internas.