POLÍTICA


CPI do Crime Organizado quer ouvir líderes do PCC, diretor da Abin e presidente do Coaf

Ofensiva ocorre enquanto o governo tenta manter o controle político da comissão e após garantir presidência do colegiado

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

 

 

A CPI do Crime Organizado deverá ouvir nos próximos dias autoridades, governadores, especialistas e até lideranças da facção criminosa PCC. Instalado recentemente no Senado e presidido por Fabiano Contarato (PT-ES), o colegiado já reúne uma série de requerimentos de convites e convocações apresentados por senadores de diferentes partidos, mas que ainda precisam ser votados.

Entre os nomes citados estão o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa; o presidente do Coaf, Ricardo Saadi; e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Também há pedido para ouvir o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre a atuação do governo federal no combate ao crime organizado.

O relator da CPI, Alessandro Vieira (MDB-SE), busca montar um “mapa das facções criminosas” com base em informações de órgãos de inteligência e segurança. Parte dos novos requerimentos é de autoria do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que propôs a convocação de detentos apontados como chefes do PCC, como Alejandro Herbas Camacho Júnior (Marcolinha), interlocutor da facção com o Comando Vermelho; Júlio César Guedes de Moraes (Julinho Carambola), considerado braço direito de Marcola; e Gilberto Aparecido dos Santos (Fuminho), preso em 2020 em Moçambique e acusado de chefiar o tráfico internacional de drogas.

Do Val também pediu a oitiva de Roberto Augusto Leme da Silva, apontado pelo Ministério Público como responsável por um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC no setor de combustíveis.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) protocolou requerimentos para ouvir os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). No caso do Rio, o pedido cita a operação policial que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, buscando explicações sobre a ação e possíveis vínculos entre agentes públicos e milícias.

A ofensiva ocorre enquanto o governo tenta manter o controle político da CPI após garantir a presidência do colegiado.