POLÍTICA


Congresso amplia emendas e coloca reeleição no centro do Orçamento de 2026 

Corte em programas sociais e manobras fiscais escancaram prioridade eleitoral de deputados e senadores 

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

 

Corte em programas sociais e manobras fiscais escancaram prioridade eleitoral de deputados e senadores 

A aprovação do Orçamento de 2026 pelo Congresso Nacional, nesta sexta-feira (19), trouxe um número histórico: R$ 61 bilhões reservados para emendas parlamentares. Para o cidadão comum, porém, o impacto vai muito além do valor anunciado.  

Para abrir espaço a esse montante recorde, programas sociais foram reduzidos, despesas obrigatórias sofreram cortes e artifícios contábeis foram usados para inflar receitas que dificilmente se concretizarão. O resultado é um rombo nas contas públicas cuja solução ainda é incerta. 

Na prática, os bilhões destinados às emendas têm um propósito claro, direcionar recursos públicos aos redutos eleitorais de deputados e senadores. A estratégia fortalece a presença política local e aumenta as chances de reeleição em 2026, garantindo a permanência desses parlamentares no Congresso a partir de 2027. 

O desenho do Orçamento deixa evidente que a principal prioridade para o próximo ano não é o equilíbrio fiscal nem o fortalecimento de políticas públicas estruturantes, mas sim a sobrevivência política de quem hoje ocupa cadeiras no Legislativo.