POLÍTICA


Ciro Gomes se filia ao PSDB e faz críticas ao PT durante cerimônia 

Com presença de aliados, ex-ministro assume comando estadual da sigla e mira possível candidatura em 2026

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes oficializou na manhã desta quarta-feira (22) sua filiação ao PSDB, em cerimônia realizada em Fortaleza. O evento marcou o retorno de Ciro ao partido, do qual já fez parte nos anos 1990. A cerimônia contou com a presença de aliados bolsonaristas, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil).

Durante o discurso, Ciro adotou um tom crítico em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT). “Quando o Lula se elege, ele chama o José Alencar, do PL. Quando ele resolveu lançar a Dilma, já avisado de que as coisas poderiam ser gravemente traumatizadas, ele chamou a polêmica figura do Michel Temer. Quando mais recentemente ele quis se eleger, por quase 1% de diferença do Bolsonaro, quem ele chamou? Geraldo Alckmin, fundador do PSDB e agora socialista, para eles. Aqui não tem ladrão, e lá?” , provocou.

Ciro também respondeu a questionamentos sobre sua aproximação com políticos bolsonaristas. Ao agradecer a presença de André Fernandes, declarou que ambos têm “algumas desavenças que serão resolvidas fraternalmente”. O parlamentar, por sua vez, afirmou esperar que Ciro seja o nome da oposição ao governo Elmano de Freitas (PT) no próximo pleito: “Vamos lutar para que isso ocorra com diálogo e respeito. Temos divergências, mas podemos construir juntos”, disse Fernandes.

O evento também contou com o ex-deputado Capitão Wagner, antigo adversário de Ciro, que defendeu a união das forças oposicionistas. “O que a gente defende é a unidade. E nisso, eu vou ser radicalmente a favor. Precisamos apresentar um projeto para o Estado do Ceará que una diferentes visões e propostas. Seja o Ciro, Roberto Cláudio, Eduardo Girão ou qualquer outro nome, o importante é que a gente esteja unido”, afirmou. O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, aliado histórico de Ciro, também discursou e subiu o tom contra o PT. “O Brasil se encontra perdido, liderado por uma gente sem honra e que decidiu não unir o Brasil”.

Em sua fala final, Ciro disse que pretende “restaurar a vontade de superar a tragédia política brasileira” e criticou a liberação de emendas parlamentares, que, segundo ele, alimentam “a roubalheira generalizada”. “Minha vida, não tem sido fácil. É claro que eu sou um privilegiado, mas, para me permanecer linheiro e coerente com aquilo que penso, eu não me permito ser omisso, conciliar ou ceder a essa perversão”, afirmou. O novo tucano também não poupou críticas ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT), a quem prometeu “tirar a máscara” nas próximas eleições.