POLÍTICA


Bruno se descola de Bolsonaro e diz que apoio do União Brasil à anistia é ‘narrativa’ da imprensa

Partido do prefeito e o PP anunciaram desembarque do governo Lula e endosso a projeto para livrar o ex-presidente da prisão

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, negou nesta quinta-feira (4) que a saída da federação União Progressista do governo Lula (PT) seja um movimento de apoio à anistia a Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar desde agosto. Ele diz que o movimento é uma “narrativa que a imprensa quer vender”.

O anúncio, no entanto, ocorreu na terça (2), mesmo dia do início do julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.

Questionado sobre seu possível endosso ao projeto que livraria Bolsonaro da prisão, Bruno Reis demonstrou irritação ao responder a um repórter. “Desculpe, mas você está equivocado. O União Brasil e o União Progressistas, na verdade, saíram do governo porque é um governo ineficiente, sem entregas. Um governo muito pior do que foram os passados do atual presidente. Um governo que só fez estimular o radicalismo, o extremismo. Não teve a capacidade de pacificar o país, de trazer tranquilidade às pessoas”, declarou o prefeito durante uma agenda no subúrbio ferroviário da capital.

“Parte da imprensa que quer vender essa narrativa.”

“Essa pauta ainda está sendo decidida. Isso ainda vai ser levado à votação para se posicionar. O que nós estamos defendendo é que o Brasil precisa virar essa página, sair dessa pauta”, acrescentou.

Apesar de se descolar da imagem de Bolsonaro, Bruno Reis diz esperar um “julgamento justo” no STF (Supremo Tribunal Federal]. Que possa ser dentro da lei, sem qualquer questão política, com base nos fatos, dando direito ao contraditório. Mas é um fato que o Brasil precisa virar essa página.”

Ele também voltou a culpar o governo petista pelo que chama de “guerra nacional”. Ao mencionar impactos econômicos da tarifação imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros, afirmou que a “política internacional” é completamente equivocada.

“As pessoas não conseguem mais com o salário viver em virtude da alta dos alimentos. Poderia passar a manhã toda elencando os motivos que fizeram com que a União Progressistas saísse do governo. Não está associada a qualquer pauta que não seja essa, senão a preocupação com o que é melhor para o Brasil”, afirmou o prefeito.