POLÍTICA


Bruno diz que ‘aliança’ do governo Lula com Hamas, Irã e Rússia motivou tarifaço de Trump

Prefeito de Salvador endossa discurso disseminado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), apontado por adversários como pivô da crise

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou nesta sexta-feira (18) que a sobretaxa anunciada por Donald Trump sobre os produtos brasileiros teria sido motivada por uma “aliança” do governo Lula com o grupo terrorista Hamas, o Irã e a Rússia, países sob constante ameaça dos Estados Unidos.

Sem citar o nome do petista, o prefeito atribuiu a guerra comercial a “questões ideológicas” e citou uma recente visita de Lula a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que atualmente cumpre prisão domiciliar após condenação por corrupção.

“É um absurdo, né? Infelizmente, a gente vê essa guerra, esse extremismo que vive o país, a condução da política internacional, a interferência da política em questões tributárias. Então, tudo isso é um absurdo. A partir do momento que o Brasil vai se aliar com o Hamas, vai se aliar com o Irã, vai se aliar com a Rússia, vai defender o ex-presidente da Argentina, que está presa por corrupção, acaba gerando conflitos internacionais. As críticas que são feitas ao governo norte-americano”, disse Bruno Reis.

O discurso é usado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), apontado por adversários como “culpado” pela guerra comercial —o tarifaço de Trump foi imposto em defesa do ex-presidente e em retaliação ao STF (Supremo Tribunal Federal), que o investiga por tentativa de golpe de Estado.

O governo brasileiro, no entanto, não possui aliança com o Hamas, cuja guerra com Israel já deixou milhares e mortos. Publicamente, o presidente Lula já condenou os ataques da organização extremista. O petista também já rechaçou tanto os bombardeiros israelenses ao Irã quanto os russos contra a Ucrânia, com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas.

Bruno, por sua vez, disse torcer pelo fim da crise. “A espera que todo mundo tenha sensatez e não prejudique o mercado brasileiro, os produtores brasileiros, a indústria brasileira, que gera empregos, gera atributos. Vocês imaginem, nós, prefeitos, temos que governar com a queda de arrecadação que está ocorrendo, com o cenário de incerteza para o ano que vem em relação a tudo o que está acontecendo.”