POLÍTICA


Bruno diz que PT acumula promessas, volta a projetar 2026 ‘mais fácil’ e chama Jerônimo de ‘nossa Dilma’

Em entrevista, prefeito de Salvador afirmou perceber um alto nível de "irritação" com a gestão petista

Foto: Valter Pontes/Secom PMS

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou nesta terça-feira (17) que o acúmulo de “promessas não cumpridas”, a desidratação do presidente Lula e a “fadiga” de uma eventual chapa puro-sangue com os ex-governadores Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues tornarão a disputa de 2026 “mais fácil” para ACM Neto. Para ele, hoje é perceptível entre os eleitores baianos um alto nível de insatisfação com a atual gestão petista.

“Pela primeira vez, nesses 20 anos, o sentimento de mudança na população é maior do que o sentimento e continuidade. Há uma irritação com o PT. Um cansaço natural, uma fadiga de material e um acúmulo de promessas não cumpridas”, disse o prefeito em entrevista à rádio Metropole.

“Tem gente que chega na pra mim. É um nível de irritação, eu acho que vai me agredir, pedindo pra gente tirar essa turma que tá aí. O acúmulo de problemas, em especial está aí a gravidade da segurança. Então esse sentimento de mudança é maior que o de continuidade”, declarou.

Dentre as obras que não saíram do papel, Bruno Reis cita a ponte Salvador-Itaparica, a Fiol (Ferrovia da Integração Oeste-Leste) e o Porto Sul, todas anunciadas no governo Jaques Wagner (2007-2014).

“Na primeira eleição de Jaques Wagner, passava na televisão, no programa eleitoral, a Ferrovia Oeste-Leste. Um trenzinho passando… pi, pi, pi. A ponte Salvador-Itaparica, o Porto Sul, nenhum desses três projetos foi entregue, sendo que um nem sequer iniciou, o Porto Sul. A ponte ainda está em sondagem, e a Ferrovia Oeste-Leste obras estão paralisadas”, criticou.

Apesar de a Bahia ser um dos principais redutos de Lula, Bruno diz acreditar que o presidente não terá o mesmo protagonismo do pleito de 2022, quando foi importante cabo eleitoral de Jerônimo contra ACM Neto.

“Nós temos a situação de Lula. Lula sempre desequilibrou as eleições mais disputadas na Bahia nesses últimos anos. Porque quem acaba indo votar 13 pra presidente vota 13 pra governador, tal. A avaliação de Lula, deste governo, ela é inferior. Pela primeira vez, na Bahia, a gente pega pesquisas, e o desaprova é igual ao aprova. Há efetivamente um desgaste do terceiro governo Lula. Lula, em 2026, não terá a força que ele teve em 2022.”

Segundo o prefeito, outro fator que tornará o cenário mais favorável a seu grupo político será a unidade das oposições. “A gente saiu de forma dividida nas últimas eleições. Eu já consegui manter essa unidade em 2024 na minha reeleição. Nós vamos manter essa aliança com objetivo de mudar a Bahia”, disse.

Ao lembrar de falas polêmicas de Jerônimo, Bruno o comparou à ex-presidente Dilma Rousseff, conhecida por reiteradas gafes e atos falhos proferidos publicamente.

“Hoje as pessoas estão tendo oportunidade de conhecer Jerônimo. Jerônimo é isso aí que a gente ouve ele falar, as aberrações que ele fala. É um show de horrores. A gente fala aqui na política que ele é a ‘nossa Dilma’. Deixa ele falar. Quanto mais ele fala é pior pra ele”, disse, em tom de ironia.