POLÍTICA


Bolsonaro é preso pela PF após ordem de Alexandre de Moraes 

Detenção é preventiva e não marca ainda o início do cumprimento da pena de 27 anos por tentativa de golpe 

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão é preventiva e ocorre um dia após sua condenação a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde deve permanecer em uma sala de Estado, espaço reservado a autoridades. 

A Polícia Federal confirmou, em nota, o cumprimento do mandado expedido pelo STF. A medida tem caráter cautelar e não representa o início do cumprimento da pena, isso só poderá ocorrer depois que for encerrado o prazo para os últimos recursos da defesa, que termina na segunda-feira. Até lá, o processo não pode transitar em julgado. 

O ex-presidente já cumpria prisão domiciliar desde agosto por ordem do Supremo, relacionada a outro processo que investiga suposta tentativa de obstrução do julgamento sobre a mesma trama golpista. Nesse caso, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também é réu. 

Segundo apuração da TV Globo, a nova ordem de prisão preventiva foi fundamentada na necessidade de garantir a ordem pública. Até o momento, apenas Bolsonaro teve a detenção decretada. Outros condenados continuam em liberdade. Já o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também condenado, deixou o país e está foragido nos Estados Unidos. 

A decisão ocorreu um dia após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar apoiadores para uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente mora. Na noite anterior à prisão, a defesa de Bolsonaro havia solicitado ao STF que a prisão domiciliar fosse mantida, alegando problemas de saúde e risco ao quadro clínico do ex-presidente caso fosse transferido. 

Em petição enviada ao Supremo, os advogados afirmaram que a mudança de regime “terá graves consequências e representa risco à sua vida”.