POLÍTICA


Antes de se entregar, Binho Galinha gravou vídeo em que nega fuga e ligação com milícia

Ele foi preso na tarde desta sexta-feira (3) após se apresentar na sede do MP, em Feira de Santana; defesa diz ver perseguição e contesta prisão

Foto: Reprodução/Instagram/Binho Galinha

 

O deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida (PRD), conhecido como Binho Galinha, gravou um vídeo antes de se entregar à polícia no qual negou que estivesse foragido e tenha ligação com milícia, extorsão e agiotagem, crimes pelos quais foi denunciado à Justiça. Ele foi preso na tarde desta sexta-feira (3) após se apresentar na sede do Ministério Público da Bahia, em Feira de Santana (109 km de Salvador).

“Olá, boa tarde, quem está falando é o deputado Binho Galinha. A mídia aí tá toda falando que eu estou foragido, eu não estou foragido. Hoje é 3/10 de 2025, estou indo com a minha equipe de advogados me apresentar agora à tarde. Dizer a todos vocês que, se eu fosse miliciano, fosse ‘extorquidor’, se eu fosse agiota e tivesse tomando as coisas dos outros, vocês acreditavam que eu ia ter essa quantidade de votos) para um cara que saiu faltando 45 dias para uma política?”, questiona o deputado na gravação que passou a circular nas redes sociais no fim de semana.

“Não tenho história com política, não tenho parente político. E só dizer a vocês, a Justiça é justa. A Justiça está aí para fazer o que é certo, o que é correto. Eu só tenho a gratidão a todos vocês, de Feira de Santana, pela nossa Bahia, por essa periferia que eu amo. Um beijo no coração, só façam orar pelo adaptado de vocês. Um beijo, fica com Deus. Até mais”, afirma Binho Galinha.

O parlamentar era considerado foragido desde a última quarta-feira (1°), quando a Justiça havia decretado sua prisão no âmbito da Operação Estado Anômico. Durante a ação, outras nove pessoas foram presas, dentre elas a esposa e o filho do parlamentar, além de quatro policiais militares.

Em nota, a defesa argumentou que Binho Galinha reafirma sua inocência, diz ser vítima de perseguição e considera a prisão de seus familiares uma ação desproporcional e desumana.

Segundo advogado Gamil Föppel, o deputado jamais esteve foragido e que, mesmo com a prisão decretada desde o dia 19 de agosto, compareceu espontaneamente por duas vezes ao fórum sem que qualquer autoridade o prendesse.

A Estado Anômico é um desdobramento da operação “El Patron”, pela qual o deputado se tornou réu em 2023. A operação chegou a ser anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas a decisão foi revertida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou as provas válidas.

Assista ao vídeo