POLÍTICA


Anistiar Bolsonaro é passar a mão na cabeça de que planejou assassinatos, diz Rui Costa

Ministro da Casa Civil chamou de "imoral" proposta para livrar ex-presidente da prisão após provável condenação por tentativa de golpe

Foto: Ailton Fernandes/Casa Civil

 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (9) que considera imoral a ideia de anistiar Jair Bolsonaro (PL) e demais condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em sua avaliação, a proposta para livrar o ex-presidente da prisão após uma provável condenação por tentativa de golpe de Estado visa passar a “mão na cabeça” de quem planejou assassinar autoridades, dentre as quais o presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, STF (Supremo Tribunal Federal).

“Se alguém tramou e, pela primeira vez no país ficou comprovado, pelo menos tem os depoimentos todos de várias pessoas dizendo que foi organizado, foi feito vigília nas ruas para monitorar as famílias, o comportamento, para assassinar ministro do Supremo Tribunal Federal, para assassinar o presidente da República eleito, para assassinar o vice-presidente da República eleito, isso não pode passar em branco. Para dar um golpe de Estado no país, pela força das armas, controlar o país, isso não pode ficar impune”, declarou o ministro, em entrevista à rádio Diamantina, da Bahia.

“Eu sou contra o processo de anistia”, disse Rui Costa.

Para o ministro, além da responsabilização por seus crimes, cada acusado deve responder proporcionalmente ao tamanho do delito que cometeu. “Então é imoral, absurdo, essa tentativa de passar a mão na cabeça [dos réus]. É um péssimo exemplo para o país de você liberar quem cometeu o crime de responder por suas atitudes”, afirmou.

Aliados de Bolsonaro e partidos de centro articulam a aprovação de um requerimento de urgência que acelera a votação do projeto de anistia na Câmara. O tema pode voltar à pauta na próxima semana, após o julgamento que pode condenar o ex-presidente.