POLÍTICA


Anistia não será votada antes de julgamento de Bolsonaro, diz líder do PL

Sóstenes Cavalcante afirmou que proposta que não contemple o ex-presidente não interessa ao partido

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

 

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou na noite desta quinta-feira (4) que não haverá discussão e votação sobre anistia na próxima semana, quando a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomará o julgamento de Bolsonaro sobre a trama golpista.

A fala foi feita após se reunir com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), segundo o jornal Folha de S. Paulo.

“Ele me pediu para voltar na segunda-feira e para eu conversar com os demais líderes, especialmente do União Brasil, PSD, Republicanos e do PP. Próxima semana serão sessões remotas e depois ele vai comunicar as decisões dele”, disse Sóstenes.

“[Motta] não me deu cronograma, mas falou o que já tinha falado para vocês, que vai pautar, mas sem cronograma nenhum”, completou o líder do PL após deixar a residência oficial da presidência da Câmara.

O julgamento de Bolsonaro e dos outros réus por tentativa de golpe será reiniciado com sessões na terça (2), na quarta (4) e na sexta (12).

Sóstenes também disse ter convicção de que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não segura a pauta quando o texto chegar ao Senado. Anteriormente, Alcolumbre disse que defende um texto alternativo de anistia, o que não contemplaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Presidente de Câmara e de Senado não têm que falar de texto, deve ser um árbitro. Quem fala de texto é relator e o plenário é soberano para decidir”, afirmou Sóstenes, que classificou a postura de Alcolumbre como “estranha”.

O deputado admitiu ainda que o PL não tem interesse em um texto que não contemple um perdão a Bolsonaro. “Questão ‘light’, não aceitamos”, declarou, de acordo com a Folha.

Segundo o líder do PL, o relator deverá ser de um partido de centro-direita, como União Brasil, PP e Republicanos. Sóstenes disse que não discutiu nomes no encontro com Hugo Motta, apenas sobre partidos.

O deputado afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve voltar a Brasília para as articulações sobre a anistia na semana seguinte ao julgamento no STF.