POLÍTICA


Aliados de Hugo Motta sugerem ‘gabinete de crise’ após derrota no STF sobre caso Zambelli

Grupo próximo ao presidente da Câmara defende diálogo com STF e Planalto para evitar novos embates e recalibrar decisões sensíveis

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A ideia da criação de um “gabinete de crise” está sendo debatida por deputados próximos ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar a anulação da votação da Casa que mantinha o mandato da parlamentar Carla Zambelli (PL-SP). As informações são da jornalista Tainá Falcão, da CNN Brasil.

Os aliados defendem que Motta deve procurar, pessoalmente, Edson Fachin, presidente do Supremo, e até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Parlamentares avaliam que, após a derrota no Supremo, a Câmara precisa recalibrar outras decisões sensíveis, como a cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).

No caso do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Mesa Diretora já tem conhecimento que a decisão será tomada após o prazo de cinco dias dado à defesa do parlamentar se esgotar, na próxima semana.

Na situação de Ramagem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) precisa deliberar antes de encaminhar ao plenário. A intenção é suspender o procedimento e aguardar a cassação por ausência. Em ambos os casos a decisão ficaria para 2026.

Pessoas próximas a Hugo defendem que o Legislativo precisa evitar novos confrontos diretos com o Judiciário, evitando a “maior exposição” da Casa.

Aliados avaliam como “um erro” a estratégia de Motta em levar para o plenário as cassações de Glauber Braga e Zambelli.

O grupo de aliados trabalha para Hugo manter o foco na votação do Orçamento, considerado um assunto “neutro”, para encerrar o ano legislativo sem novos arroubos.