POLÍTICA


ACM Neto defende saída de membros do União Brasil do governo Lula já na próxima semana

Ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União) usou redes sociais, nesta quarta-feira (27), para se posicionar quanto ao desembarque do governo Lula (PT)

Foto: Vitor Pereira/MundoBA

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), afirmou que membros do partido que tenham cargos no governo Lula (PT) podem deixar os postos a partir da próxima semana, após a reunião da executiva nacional marcada para a terça-feira (2). A manifestação, feita através das redes sociais, ocorre após a legenda e o PP anunciarem a formação da federação União Progressista — o bloco já definiu que fará oposição a gestão petista.

“Nunca fui favorável que o União Brasil ocupasse qualquer cargo no governo Lula. Vejo, entretanto, que, diante dos últimos fatos, seja necessária uma deliberação na próxima reunião da executiva nacional do partido, já marcada para a terça que vem, da imediata entrega de qualquer função ocupada por membros do partido no governo federal”, escreveu ACM Neto, nesta quarta-feira (27).

“Já passou da hora dessa decisão ser tomada. É por esse motivo que, na condição de membro da executiva, proporei a inclusão na pauta e a votação na próxima semana”, acrescentou o vice-presidente nacional do União Brasil.

Lula e Rui cobram “fidelidade” do centrão

Na terça-feira (26), o presidente Lula cobrou fidelidade ao União Brasil e ao PP, siglas que fazem parte do Centrão, e sugeriu que os quadros indicados pelos dois partidos entreguem os cargos caso não se sintam confortáveis para defendê-lo. O recado do petista foi dado em reunião ministerial. Conforme o g1, a fala foi direcionada para os quatro ministros indicados pelo União e PP: Celso Sabino (União), do Turismo; Frederico Siqueira (União), das Comunicações; André Fufuca (PP), dos Esportes; e Waldez Goés (União), da Integração e Desenvolvimento Regional.

Nesta quarta-feira (26), em entrevista a uma rádio, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, endossou as palavras do presidente e afirmou que o recado busca de grau de alinhamento diante de discussões internas do governo. “[…] Você compõe o governo, tem ministérios no governo, mas está votando sempre contra o governo. Foi essa observação que o presidente fez e inclusive com críticas públicas. Quem está no governo tem que se posicionar sempre defendendo não é o presidente Lula, defendendo o governo que ele faz parte”, disse o ministro.

O ex-governador da Bahia ainda comparou os ministros do centrão a alguém que se cala quando um familiar é alvo de críticas. “É como alguém tem uma família, você faz parte dessa família, alguém critica duramente sua família, e você fica calado, sem fazer nada. Então é preciso responder às críticas se você acredita naquilo que você está fazendo, e nós acreditamos muito no que nós estamos fazendo”, acrescentou.