POLÍTICA


Abin executou espionagem em viagem de ministro de Lula ao Paraguai, diz colunista

Documento inédito aponta que chanceler paraguaio Julio César Arriola foi uma das vítimas da ação

Foto: Gentileza/Ministério das Relações Exteriores do Paraguai

 

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob o governo Lula executou uma das fases da operação de espionagem contra o Paraguai às vésperas de uma viagem do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao país vizinho, em março de 2023. A informação consta de documentos inéditos produzidos pela agência e obtidos pelo colunista Aguirre Talento, do portal UOL.

Um desses documentos indica que o então ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Julio César Arriola, foi uma das vítimas da ação de espionagem na ocasião.

O UOL revelou em 31 de março que a Abin realizou uma ação de invasão de dispositivos de informática contra autoridades do governo paraguaio para obter informações sigilosas sobre a negociação de tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu, objeto de um tratado bilateral entre os dois países.

Um dos servidores envolvidos na ação disse à PF que um programa de invasão de dispositivos de informática foi usado para acessar informações de autoridades do governo do Paraguai. Esse servidor afirmou que a ação de espionagem teve o aval do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa.

À época, o governo Lula atribuiu a ação de espionagem à gestão de Jair Bolsonaro e disse que mandou interromper a operação assim que teve conhecimento dela, no final de março de 2023. O governo do Paraguai suspendeu as negociações até obter detalhes sobre a ação brasileira.

A Abin não respondeu aos questionamentos enviados pela coluna de Talento.