FEIRA DE SANTANA


Comando Vermelho tinha núcleo de PMs investigado por tráfico de armas

Ministério Público diz que profissionais treinados e com acesso exclusivo a armamentos ampliou capacidade operacional de facção; corporação não se manifestou

Foto: Secretaria de Segurança Pública da Bahia

 

Ao menos quatro policiais militares figuram entre 32 integrantes de um núcleo do Comando Vermelho investigado por comandar um esquema de tráfico de armas em Feira de Santana, segunda maior cidade baiana. O caso é investigado pelo MP-BA (Ministério Público da Bahia), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), segundo o jornal Correio.

De acordo com a publicação, os policiais são profissionais treinados e com acesso exclusivo a armamentos, o que possibilitou a ampliação da capacidade operacional e de intimidação da organização criminosa. Os nomes dos agentes não foram divulgados. Procurada pelo MundoBA, a assessoria da Polícia Militar não se manifestou.

Conforme o Correio, eles foram alvos da Operação Skywalker deflagrada no dia 30 de abril. Na segunda fase da ação, em 17 de julho, prendeu uma advogada do grupo, suspeita de ser uma das lideranças do esquema.

“A adesão desses servidores públicos às atividades criminosas representa grave violação dos deveres institucionais e configura desvio de função com potencial lesivo ampliado, dada sua expertise técnica e acesso privilegiado a informações e armamentos”, diz trecho da denúncia do MP, ao qual o periódico teve acesso.

O grupo criminoso também é investigado por homicídios, ameaças e intimidação de moradores do bairro Queimadinha, em Feira.

Durante as apurações, a Polícia Civil utilizou interceptações telefônicas, análise de dados financeiros, além de contar com a colaboração de informantes.

Em conversas monitoradas, os integrantes da quadrilha discutiam, por exemplo, o uso de fuzis para a escolta de cargas ilícitas. “Ao colaborarem com a organização, comprometem a efetividade da repressão penal, desestruturam as ações de fiscalização e minam a confiança social das forças de segurança”, diz a denúncia.