Uruguai e Chile suspendem importação de frango brasileiro após caso de gripe aviária
Mercados que já anunciaram embargos representam 23% do total exportado pelo país no ano

Foto: GOVBR
O secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, informou que o Uruguai e o Chile também suspenderam as importações de frango do Brasil. Não há data para o fim da suspensão.
De acordo com o secretário, é provável que o México adote a mesma medida, mas ainda não há nada formalizado, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Nesta sexta-feira (16), Argentina, União Europeia e China anunciaram a interrupção nas importações de frango brasileiro por 60 dias, devido à confirmação de um caso de gripe aviária em Montenegro (RS), município de 64 mil habitantes, a 60 km de Porto Alegre.
Em conjunto, os mercados que já anunciaram suspensão de compras foram responsáveis por US$ 2,2 bilhões em compras de frango e ovos brasileiros em 2024. O valor representa 23% do total exportado pelo país no ano. O principal comprador é a China, com US$ 1,2 bilhão (13% do total).
Da lista dos que anunciaram a interrupção das compras, o segundo maior mercado é a União Europeia (7% do total vendido ao exterior em 2024), seguida por Chile (3%), Argentina (0,3%) e Uruguai (0,2%). O México —que, de acordo com o governo, pode suspender as compras também— é o sexto maior mercado do frango brasileiro. Das vendas de carne de galinha e ovos ao exterior, 5% vão para o país.
A China é a maior compradora de frango do Brasil, respondendo sozinha por 10,5% das importações em 2024, quando recebeu 562 mil toneladas. O país é seguido pelos Emirados Árabes Unidos (455 mil toneladas), Japão (443 mil toneladas), Arábia Saudita (370 mil toneladas) e África do Sul (325 mil toneladas).
O governo argentino disse que irá manter a suspensão até que o Brasil seja certificado novamente como livre da doença. A Senasa, agência estatal de saneamento argentina, também pediu o reforço das medidas de biossegurança e vigilância nos estabelecimentos comerciais avícolas do país para reduzir o risco de entrada.
Cerca de 17 mil aves morreram em uma granja de Montenegro voltada à produção de ovos férteis –a maioria dos animais morreu por ação do vírus H5N1, enquanto outros tiveram de ser abatidos para evitar o contágio.