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Trump ordena ataques dos EUA contra o Estado Islâmico na Nigéria

EUA dizem combater terrorismo; governo nigeriano afirma que ação foi conjunta e sem motivação religiosa

Foto: Official White House/Daniel Torok

 

Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra bases do Estado Islâmico (EI) no noroeste da Nigéria, no estado de Sokoto, fronteira com o Níger. Segundo as Forças Armadas americanas, a ofensiva atingiu campos do grupo e resultou em “múltiplas” mortes, com base em avaliações iniciais divulgadas pelo Pentágono.

O presidente Donald Trump afirmou que a operação foi “poderosa e mortífera” e acusou o EI de matar “principalmente cristãos inocentes”, reforçando um discurso de combate ao terrorismo islâmico radical. Ele já havia ordenado, em novembro, que os militares se preparassem para uma possível ação no país africano.

“Esta noite, sob minhas ordens como Comandante das Forças Armadas, os Estados Unidos lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do EI no noroeste da Nigéria, que vem atacando e matando brutalmente, principalmente, cristãos inocentes, em níveis não vistos há muitos anos, e até mesmo séculos!”, disse Trump em uma postagem no Truth Social.

Já o ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Maitama Tuggar, disse à BBC que os ataques foram fruto de uma “operação conjunta”, planejada há meses com base em inteligência nigeriana, e negou qualquer motivação religiosa. Segundo ele, novas ofensivas podem ocorrer, a depender das decisões das lideranças dos dois países.

Organizações que monitoram a violência no país afirmam que não há evidências de que cristãos sejam mortos em proporção maior do que muçulmanos. A Nigéria, dividida quase igualmente entre as duas religiões, enfrenta há mais de uma década a violência de grupos jihadistas, como o Boko Haram e a filial do Estado Islâmico na África Ocidental, em um conflito que afeta populações de diferentes credos e regiões.