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Trump não descarta enviar tropas à Venezuela e volta a mirar Maduro como líder de narcotráfico

Em fala que intensifica tensões no Caribe, presidente dos EUA diz que “nada está descartado” e reforça acusações contra Maduro enquanto amplia operações militares na região

Foto: Divulgação/ Casa Branca e Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (17) que não descarta ordenar o envio de tropas americanas para a Venezuela. A declaração foi dada durante uma conversa com jornalistas na Casa Branca, quando ele foi questionado sobre a possibilidade de uma intervenção militar por terra. “Nada está descartado”, disse. Segundo Trump, os EUA “têm que dar um jeito” na situação venezuelana e alegou, novamente sem apresentar provas, que o país “despejou centenas de pessoas” em território americano.

Trump também afirmou que “provavelmente” conversará em algum momento com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apesar de manter acusações duras contra o líder chavista. O republicano considera Maduro o chefe do Cartel de los Soles, organização que seu governo já classificou como narcoterrorista. Meses antes, Washington elevou o tom ao equiparar grupos de narcotráfico a entidades terroristas, abrindo caminho para ações mais agressivas sob o argumento de combate ao crime transnacional.

Durante a mesma coletiva, Trump não recuou quando questionado sobre possíveis bombardeios contra laboratórios de drogas em países vizinhos. Sobre atacar o México, respondeu: “Tudo bem por mim”. E completou dizendo que “destruiria com orgulho” fábricas de cocaína na Colômbia, embora tenha afirmado que não estava anunciando nenhuma operação imediata. As falas alimentam preocupações sobre uma ampliação das ações militares unilaterais dos EUA na região.

O aumento da tensão ocorre enquanto o USS Gerald R. Ford, maior porta-aviões do mundo, chega ao Caribe para reforçar operações americanas contra redes criminosas. Nos últimos dois meses, os EUA destruíram mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, resultando em mais de 70 mortes. Washington alega que os alvos integravam organizações narcoterroristas ligadas ao governo venezuelano. Em meio à escalada, a revista The Atlantic informou que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder, desde que recebesse anistia e garantias de segurança para viver no exílio.