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Temperatura chega a 46°C na Europa em primeira onda de calor do ano

Altas temperaturas causam alertas em saúde e incêndios, afetando diversas nações do continente europeu

Foto: Pixabay/Reprodução

 

A primeira onda de calor do ano na Europa está elevando as temperaturas para mais de 40°C em várias regiões do sul do continente, especialmente nesta segunda-feira (30). No último sábado (28), a Espanha registrou impressionantes 46°C, e alertas de saúde e incêndios foram emitidos em Portugal, França, Itália e Grécia. A Alemanha, que já proibiu desde regas em jardins residenciais até churrascos em parques, aguarda um novo recorde de calor na quarta-feira (2), com a expectativa de superar a marca de 41,2°C atingida em 2019.

Em Sevilha, durante a Conferência sobre Financiamento e Desenvolvimento da ONU, o secretário-geral António Guterres destacou que ondas de calor extremas não são mais eventos raros, mas sim o novo normal. Crianças e idosos são os mais vulneráveis a essas mudanças climáticas. Na Itália, cidades aconselham que as pessoas evitem sair às ruas entre 11h e 18h, enquanto mais de 200 escolas na França suspenderam suas aulas. A ministra do Meio Ambiente da França, Agnès Pannier-Runacher, afirmou que essa situação é inédita, com 84 dos 101 departamentos do país em alerta laranja.

A França também enfrenta o primeiro incêndio florestal da temporada, com 400 hectares consumidos em Bizanet, próximo à fronteira com a Espanha. Na Alemanha, a preocupação com incêndios é exacerbada pela seca prolongada, levando às autoridades a considerar restrições no consumo de água. A temperatura média de junho no país foi de 18,5°C, bem acima da média histórica de 15,4°C registrada entre 1961 e 1990, segundo o DWD, serviço meteorológico alemão. Este cenário desafia não apenas os hábitos, mas também as práticas construtivas locais, já que aparelhos de ar condicionado ainda são raros em cidades como Berlim.

O calor também atingiu eventos esportivos, como o Torneio de Wimbledon, em Londres, onde os termômetros chegaram a 32°C. Em paralelo, o Mediterrâneo registrou uma temperatura média de superfície de 26,1°C, a maior já medida em junho, segundo o observatório Copernicus da União Europeia. Estudos indicam que o aquecimento dos oceanos absorve cerca de 90% do calor gerado por atividades humanas, mas isso não é suficiente para compensar o atual padrão de aquecimento. Este relato foi originalmente publicado pela Folha de S.Paulo, que destaca os desafios enfrentados pelo mundo em meio a crises climáticas e tensões econômicas globais.