MUNDO


Temor sob Trump freia viagens a negócios aos Estados Unidos

Pesquisadores e executivos enfrentam desafios e incertezas ao viajar para os EUA

Imagem: Reprodução/Pixabay

 

Alexander, um pesquisador asiático em uma renomada universidade americana, se preparava para uma viagem ao Brasil quando decidiu consultar seu advogado e levar um celular descartável e um laptop vazio. Após concluir seu trabalho, ele enviou seus dados para a nuvem e limpou o computador. “Fui aconselhado a não manter nenhum dado em meus dispositivos”, relatou Alexander, descrevendo a experiência como “extraordinariamente perturbadora”.

Com Donald Trump de volta à presidência, executivos, acadêmicos e funcionários governamentais na Europa e além estão adotando uma postura mais cautelosa ao viajar para os EUA. O aumento da fiscalização nas fronteiras, que pode incluir buscas e cópias de dados, leva organizações a reavaliar protocolos de viagem. Segundo a Folha de S.Paulo, contatos, e-mails e postagens nas redes sociais podem ser inspecionados, alertam advogados de imigração.

Desde a nova ordem executiva de Trump, as buscas na fronteira aumentaram 10% em relação ao ano anterior, segundo a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Universidades como Duke e Columbia aconselham funcionários e estudantes internacionais a evitarem deixar o país. Essa precaução reflete o receio de possíveis detenções e deportações, mesmo para aqueles com vistos válidos.

Empresas e governos europeus estão adaptando suas políticas de viagem. Telefones descartáveis e laptops básicos são recomendados para evitar riscos de espionagem. Elizabeth Nanton, especialista em imigração da KPMG Law, observa que, apesar de a maioria dos viajantes não enfrentar problemas, as empresas estão se preparando para possíveis questionamentos. Essa mudança já impacta as reservas de viagens de negócios, com sinais de enfraquecimento da demanda em rotas transatlânticas, segundo analistas da indústria de viagens.