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Rússia exige 20% do território da Ucrânia para cessar-fogo

Rússia mantém exigências por territórios enquanto Ucrânia busca adesão à Otan e retorno de crianças deportadas

Foto: Alexander Kazakov/TASS

 

A Rússia reiterou suas exigências para um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia, conforme relatado por agências estatais russas nesta segunda-feira. Entre as condições impostas, está a anexação de 20% do território ucraniano, conforme consta no memorando de paz entregue às delegações ucranianas durante as negociações diretas entre os dois países. Segundo as agências Tass, Interfax e RIA Novosti, até a última atualização, não foi mencionada a proibição da entrada da Ucrânia na Otan, uma demanda anteriormente insistida pelo Kremlin. Caso as condições russas sejam aceitas, o memorando prevê a assinatura de um acordo de paz, o fim das sanções econômicas e a restauração das relações comerciais, incluindo o fluxo de gás.

A Ucrânia, no entanto, já rejeitou essas demandas em negociações anteriores, mediadas pelos EUA. O presidente Volodymyr Zelensky reafirmou que não abrirá mão de territórios e continuará perseguindo o direito de seu país de integrar a Otan. As negociações em Istambul, na Turquia, ocorreram um dia após um ataque ucraniano em bases militares russas, o que intensificou a tensão entre as partes. No encontro, foi estabelecida uma troca de prisioneiros de guerra e corpos de soldados. O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, não deu detalhes sobre o memorando russo, mas afirmou que o governo irá analisá-lo dentro de uma semana.

Durante a reunião, a delegação russa, liderada por Vladimir Medinsky, propôs um cessar-fogo parcial em áreas específicas para a remoção de corpos na linha de frente. No entanto, a Rússia recusou um cessar-fogo incondicional e um novo encontro entre Zelensky e Putin. As partes concordaram em uma nova reunião no fim de junho para dar continuidade às negociações. O presidente Zelensky também confirmou as tratativas para a troca de prisioneiros e a devolução de crianças ucranianas deportadas, uma questão crítica para Kiev.

O conflito, que já dura mais de três anos desde fevereiro de 2022, resultou em dezenas de milhares de mortes de civis e militares de ambos os lados. As negociações, que começaram em 16 de maio, enfrentam desafios significativos, com a Rússia exigindo que a Ucrânia renuncie à adesão à Otan e ceda regiões reivindicadas. A Ucrânia, por sua vez, exige a retirada total das tropas russas e garantias de segurança de seus aliados. As conversas, que ocorrem em um contexto de ataques militares estratégicos, ainda estão longe de alcançar uma solução duradoura e têm sido acompanhadas de perto pela imprensa, incluindo o g1, que noticiou o desenrolar dos eventos.