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Rússia cobra ‘mais apoio’ do Brasil na guerra contra Ucrânia

Chanceler russo solicita maior compreensão do Brasil sobre causas do conflito

Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

Em recente encontro em Moscou, o chanceler russo Serguei Lavrov fez um apelo ao Brasil para que demonstre maior apoio nas negociações para pôr fim à Guerra na Ucrânia. A reunião entre Lavrov e Celso Amorim, assessor presidencial brasileiro, ocorreu à margem de um evento internacional sobre segurança, com foco em ações cibernéticas. Segundo informações da Folha, o encontro foi cordial, mas a cobrança de Lavrov surpreendeu os presentes, já que o Brasil mantém uma postura neutra no conflito.

O Brasil, apesar de ter condenado a invasão russa em votações na ONU, também se opõe às sanções ocidentais contra o Kremlin. Amorim reafirmou essa neutralidade, lembrando que o país sempre prezou pelo diálogo e por seus interesses nacionais. A Rússia, que é um importante fornecedor de fertilizantes e petróleo para o Brasil, tem grande interesse em manter boas relações comerciais. As sanções internacionais, no entanto, ameaçam essas trocas, embora ainda não haja relatos de punições indiretas a empresas brasileiras.

A visão russa sobre o conflito, que inclui acusações de imperialismo por parte do Ocidente, não é compartilhada pelo governo ucraniano. Para Moscou, a invasão foi uma resposta a ameaças ocidentais e a derrubada do governo pró-russo em Kiev, em 2014. Já Kiev e seus aliados veem tais ações como expansionismo russo. A questão é complexa e envolve interesses geopolíticos de várias nações, incluindo os Estados Unidos, que têm papel crucial nas negociações.

As próximas etapas das negociações ainda são incertas. A Rússia mantém exigências, como a absorção de áreas anexadas em 2022 e a neutralidade militar de Kiev, que não são bem vistas pela Ucrânia. Uma nova rodada de conversas diretas está prevista para ocorrer em Istambul, mas depende de condições que ainda precisam ser aceitas por ambas as partes.