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Putin reafirma apoio a Maduro em meio à pressão crescente dos EUA

Presidentes discutiram parceria estratégica enquanto Washington amplia ações militares e apreende navio ligado à Venezuela

Foto: Divulgação/Kremlin

 

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta quinta-feira (11) com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e garantiu o apoio de Moscou ao governo venezuelano diante da intensificação da pressão dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Kremlin.

Segundo o comunicado, Putin e Maduro trataram da ampliação da parceria estratégica entre os dois países e discutiram novos projetos conjuntos, especialmente nas áreas econômica e energética.

A ligação ocorre em um momento em que Maduro enfrenta maior pressão do governo americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem cobrado publicamente que o líder venezuelano deixe o cargo, enquanto reforça a presença militar no Caribe.

Na quarta-feira (10), Trump confirmou que os EUA apreenderam um navio petroleiro próximo à costa venezuelana. Ele afirmou ainda que “outras coisas estão acontecendo”, sem dar detalhes. Segundo a empresa britânica de análise de riscos marítimos Vanguard, o petroleiro apreendido seria o Skipper, pertencente ao grupo Triton e com bandeira guianense. A embarcação já havia sido alvo de sanções americanas por suposto envolvimento no comércio de petróleo iraniano, quando ainda operava sob o nome Adisa.

A apreensão integra uma série de mais de 20 ataques realizados pelos Estados Unidos desde setembro contra embarcações acusadas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico, ações que já resultaram em mais de 80 mortes. Especialistas, porém, apontam que muitas dessas operações podem ser ilegais, já que há poucas evidências públicas de que os navios de fato carregavam entorpecentes ou representavam ameaça imediata.

Um documento estratégico divulgado recentemente pelo governo americano indica que a política externa de Trump pretende reforçar a influência dos EUA no Hemisfério Ocidental. Na última semana, aviões de combate dos EUA sobrevoaram o Golfo da Venezuela, em uma das aproximações mais significativas de aeronaves americanas ao espaço aéreo venezuelano.

Maduro, porém, acusa Washington de tentar derrubá-lo para assumir controle das reservas de petróleo do país.