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Papa Leão XIV celebra primeiro Natal no Vaticano com apelo por paz e desarmamento

Pontífice critica corrida armamentista, condena uso militar da IA e pede diálogo diante de conflitos globais

Reprodução/ Instagram @pontifex

 

O papa Leão XIV celebra, pela primeira vez, na noite desta quarta-feira (24), os ritos de Natal. Da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele deve reforçar a mensagem com um pedido de paz, que já vem divulgando nos últimos dias, diante de um complexo cenário mundial, com conflitos em curso no Sudão, na Ucrânia e em Gaza, por exemplo.

Na mensagem preparada para o 1º de Janeiro, o Dia Mundial da Paz, divulgada antecipadamente, Leão XIV apresentou um pedido de paz “desarmada e desarmante” e incentivou a construção de uma cultura de paz na vida doméstica e pública.

Para o Dia Mundial da Paz, o Papa Leão XIV defendeu o desarmamento e aconselhou cristãos e, principalmente, autoridades políticas, a se espelharem em Jesus Cristo, que travou uma luta “desarmada”.

Ele criticou também a corrida armamentista dos países, com crescente despesas militares, associada a discursos “difundindo a percepção de que se vive sob ameaça e que a segurança deve ser armada”.

O pontífice também condenou o uso bélico da inteligência artificial (IA), que “radicalizou a tragédia nos conflitos armados”. Em Gaza, por exemplo, de forma pioneira, Israel usou drones guiados por IA como ferramentas de intimidação, vigilância e ataques.

“Está-se a delinear até mesmo um processo de desresponsabilização dos líderes políticos e militares, devido ao crescente ‘delegar’ às máquinas as decisões relativas à vida e à morte das pessoas”, alertou, na mensagem.

“É uma espiral de destruição sem precedentes, que compromete o humanismo jurídico e filosófico do qual qualquer civilização depende e pelo qual é protegida”, criticou Leão XIV, sobre uso de tecnologias no âmbito militar.

Há sete meses no cargo, o papa busca, com a mensagem, incentivar que as nações se apoiem, com diálogo e confiança mútua, e que as pessoas cultivem, além da oração, o diálogo com outras tradições e culturas.

“Em todo o mundo, é desejável que cada comunidade se torne uma ‘casa de paz’, onde se aprende a neutralizar a hostilidades através do diálogo, se pratica a justiça e se conserva o perdão”, reforçou.

“Hoje, mais do que nunca, é preciso mostrar que a paz não é uma utopia, através de uma criatividade pastoral atenta e generativa”.