MUNDO


No Brics, Lula diz que aparato militar dos EUA no mar do Caribe é fator de tensão

Declaração ocorre dias após Trump ter enviado dez caças avançados F-35 para Porto Rico

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

 

O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (8), durante a cúpula no Brics, ver com preocupação o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe em meio à tensão com a Venezuela. Ele disse que o combate ao terrorismo não pode ser confundido com os desafios de segurança pública enfrentado pelos países.

“A América Latina e o Caribe fizeram a opção, desde 1968, por se tornar livres de armas nucleares. Há quase 40 anos somos uma Zona de Paz e Cooperação. A presença de forças armadas da maior potência do mundo no Mar do Caribe é fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região”, declarou Lula por videoconferência.

A fala ocorre dias após Trump ter enviado dez caças avançados F-35 para Porto Rico, território americano no Caribe, além de uma frota naval com sete embarcações e 4.500 fuzileiros, para lidar com a questão do tráfico. Até aqui, os EUA operavam de forma conjunta com forças nacionais em operações policiais contra o problema, não sozinhos e com militares.

Desde o começo da semana passada, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, tem afirmado que o interesse dos EUA é derrubá-lo e colocar um “governo marionete” em Caracas, a fim de ter acesso livre às maiores reservas de petróleo do planeta. Trump, por sua vez, rebateu ao dizer que não busca mudar o regime venezuelano, mas criticou o controverso processo eleitoral que reconduziu Maduro a um terceiro mandato consecutivo, diante de várias evidências de fraude.

A operação militar americana na região foi anunciada no começo de agosto, quando os EUA passaram a empregar suas forças navais na região, mirando o narcotráfico. O foco foi direcionado para Maduro, cuja cabeça está a prêmio —Trump aumentou para US$ 50 milhões a recompensa a quem der informações que levem à prisão do ditador, acusado de liderar um cartel de drogas que, segundo especialistas, não existe.

(Com informações do jornal Folha de S. Paulo)