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Japão vai reativar usina nuclear de Fukushima 15 anos após desastre

Complexo teve unidades fechadas após terremoto e tsunami de 2011

Imagem gerada por IA/Google Gemini

 

O Japão autorizou nesta segunda-feira (22) a retomada das operações da maior usina nuclear do mundo quase 15 anos depois do desastre de Fukushima. O anúncio ocorreu após votação da assembleia da província de Niigata que deu aval político à medida.

O complexo de Kashiwazaki-Kariwa, a cerca de 220 km ao noroeste de Tóquio, estava entre os 54 reatores fechados após o terremoto e tsunami de 2011, que provocaram o pior acidente nuclear desde Chernobyl. Desde então, o Japão reativou 14 das 33 usinas ainda operacionais, em uma tentativa de reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.

A usina será a primeira a voltar a funcionar sob a gestão da Tokyo Electric Power Co. (Tepco), responsável pela unidade de Fukushima Daiichi. Com a votação, os parlamentares confirmaram o apoio ao governador Hideyo Hanazumi, favorável à retomada das atividades, o que abriu caminho para a reativação do complexo.

“Este é um marco, mas não é o fim”, afirmou Hanazumi após a decisão, ao ressaltar que a segurança da população seguirá como prioridade. Apesar do aval político, o debate evidenciou a divisão entre moradores e parlamentares, com críticas de que a decisão não refletiria a vontade da população local.

Do lado de fora da assembleia, cerca de 300 manifestantes protestaram contra a retomada da usina, temendo novos riscos nucleares. Pesquisas recentes indicam que a maioria dos moradores de Niigata ainda desconfia das condições de segurança e da capacidade da Tepco de operar a instalação.

A Tepco avalia reativar o primeiro dos sete reatores em janeiro, segundo a emissora pública NHK. Com capacidade total de 8,2 GW, Kashiwazaki-Kariwa pode abastecer milhões de residências. A empresa afirma que está comprometida em evitar a repetição de um acidente como o de Fukushima.

*Com informações da agência Reuters