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Governo anuncia diálogo com a China para reduzir impacto de novas taxas sobre carne bovina

Medida chinesa cria cotas e sobretaxas a partir de 2026

Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN

 

O governo brasileiro informou nesta quarta-feira (31) que vai dialogar com a China para tentar mitigar os efeitos das novas medidas adotadas por Pequim sobre a importação de carne bovina. A decisão chinesa prevê a criação de cotas anuais e a cobrança de sobretaxas a partir de 1º de janeiro de 2026, com validade inicial de três anos.

Em nota, o governo afirmou que acompanha o tema “com atenção” e que tem atuado de forma coordenada com o setor privado. Segundo o comunicado, o assunto será tratado tanto no plano bilateral quanto no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), uma vez que as salvaguardas são instrumentos previstos nas regras do comércio internacional.

De acordo com as informações divulgadas, a China estabeleceu para o Brasil uma cota anual inicial de 1,1 milhão de toneladas. As exportações que ultrapassarem esse volume estarão sujeitas a uma sobretaxa de 55%, enquanto as vendas dentro da cota terão incidência de uma taxa de 12%. Em 2025, até novembro, o Brasil já havia exportado 1,52 milhão de toneladas ao país asiático.

A China responde por cerca de metade das exportações brasileiras de carne bovina. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou que a medida “não é algo tão preocupante”, destacando a busca por novos mercados. Entidades do setor, no entanto, estimam que as restrições podem gerar impactos relevantes, com projeções de perda de até US$ 3 bilhões em receita em 2026.