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Governador do Rio pede que EUA declarem Comando Vermelho como organização narcoterrorista

Cláudio Castro mantém diálogo com aliados de Donald Trump há pelo menos seis meses; Planalto teme que a medida gere sanções e abra brechas para interferência americana no Brasil

Fotos: Rogério Santana/Governo RJ e Reprodução/The White House

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), está há pelo menos seis meses em diálogo com o governo Trump para que os Estados Unidos classifiquem o Comando Vermelho como organização narcoterrorista e apliquem sanções previstas para esse tipo de grupo. As informações são do O Globo.

O governo Lula é contra essa classificação. O presidente brasileiro tem receio que isso permita sanções contra empresas, bancos ou até contra o Brasil, como acontece com o Irã, caso os americanos interpretem que o país não está combatendo o crime organizado.

Outro ponto é que a mudança poderia resultar em ações invasivas dos EUA no território brasileiro, sob o pretexto de combater o narcoterrorismo, como ocorre na Venezuela.

Juntamente com outros governadores de direita, Castro busca continuar com o pedido. Eles tentam a aprovação de uma emenda no projeto de lei antifacção que o Palácio do Planalto envia ao Congresso.

No começo deste ano, o gestor fluminense entregou à embaixada dos EUA no Brasil um relatório com informações da proposta.

O documento, intitulado “Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de avaliações e designações dos EUA”, diz que “a crescente sofisticação, transnacionalidade e brutalidade do Comando Vermelho coloca esta organização dentro dos critérios estabelecidos pelas autoridades dos EUA para sanções econômicas, designações terroristas e bloqueios de ativos”.