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Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil

Presidente afirmou que as viagens internacionais do governo têm rendido resultados concretos para a economia do país

Foto: Ricardo Stuckert

Quinze grandes empresários franceses com negócios em setores diversos no Brasil anunciaram um compromisso de investir R$ 100 bilhões no país ao longo dos próximos cinco anos. O anúncio foi feito após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Paris, na  sexta-feira (6). Em coletiva neste sábado (7), Lula afirmou que as viagens internacionais do governo têm rendido resultados concretos e relevantes para a economia brasileira.

Segundo o presidente, os compromissos firmados com França, China e Japão mostram que a diplomacia econômica está funcionando. “Se a gente somar os investimentos que conseguimos na China, no Japão, vamos perceber que estamos fazendo aquilo que todo e qualquer presidente da República precisaria fazer pelo Brasil”, declarou. Ele ressaltou que seu papel é abrir caminhos para que empresários brasileiros e estrangeiros ampliem suas parcerias. “O papel do presidente é abrir a porta e dizer para os caras: ‘olha, está aqui as possibilidades, nós produzimos isso, nós oferecemos isso, o que você tem para nos oferecer?’, e fazer negócio. E foi isso que eu fiz aqui na França”, afirmou.

A França é atualmente a terceira maior origem de investimentos diretos no Brasil, com um estoque de US$ 66,34 bilhões. Mais de mil empresas francesas atuam no país, segundo o Planalto, gerando cerca de 500 mil empregos diretos. Durante a visita, Lula e o presidente francês, Emmanuel Macron, também discutiram a ampliação da cooperação industrial, com destaque para a produção de helicópteros na fábrica da Helibrás, em Itajubá (MG).

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou que os modelos produzidos poderão ser utilizados por polícias estaduais, na saúde, na defesa e em ações ambientais, além de estarem aptos à exportação para países da região.

Outros acordos assinados envolvem a cooperação na área científica, com destaque para o desenvolvimento conjunto de vacinas e produtos laboratoriais entre a Fiocruz e o Instituto Pasteur, além de outras instituições francesas.

O presidente brasileiro também voltou a defender o Acordo de Livre Comércio entre União Europeia e Mercosul, criticando a resistência de parte do setor agrícola francês. Lula disse que as cotas de exportação estabelecidas no acordo não ameaçam os produtores franceses.

“Se eles cumprissem a cota, no máximo, os franceses iriam comer dois hambúrgueres [de carne importada do Brasil], em média, por ano. É nada”, ironizou. Ele destacou que o comércio internacional é uma via de mão dupla e que não pretende prejudicar os pequenos agricultores franceses. “Longe de mim querer prejudicar o pequeno agricultor francês. Eu não quero que a gente pare de comprar vinho da França, embora a gente produza vinho”, afirmou.

Para Lula, a ratificação do acordo não depende apenas da França, mas sim do conjunto dos 27 países que integram a União Europeia. “Eu acho que o Parlamento Europeu aprova o acordo, independentemente de a França querer ou não, porque a França já deu procuração”, concluiu.