Brasil e China assinam mais de 30 atos e parcerias durante visita de Lula a Pequim
Acordos abrangem setores como infraestrutura, saúde, energia, sustentabilidade e indústria naval
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Brasil e a China firmaram mais de 30 atos e parcerias nesta terça-feira (13), durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim. Os acordos envolvem áreas estratégicas como infraestrutura, sustentabilidade, energia, saúde e indústria, e reforçam a cooperação bilateral entre os dois países.
Em declaração à imprensa, Lula afirmou que os compromissos assumidos “comprovam o dinamismo que o presidente Xi [Jinping] e eu temos imprimido ao relacionamento bilateral”. Entre os documentos assinados, destacou-se um acordo voltado ao fortalecimento da relação entre estaleiros brasileiros e chineses — uma iniciativa alinhada ao plano do governo brasileiro de revitalizar a indústria naval.
Na área da saúde, o presidente também ressaltou protocolos que visam ampliar a capacidade nacional de produção de medicamentos, vacinas e equipamentos médicos. Segundo Lula, as parcerias representam avanços concretos para o fortalecimento da base industrial e tecnológica do país.
Outro destaque foi a ampliação do programa Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China, que prevê o lançamento de dois novos satélites, CBERS 5 e 6. As imagens geradas serão utilizadas para fins ambientais, agrícolas e meteorológicos e estarão disponíveis para países do Sul Global.
O presidente também afirmou que houve diálogo com Xi Jinping sobre financiamento de projetos ligados a infraestrutura, sustentabilidade e energia. Ele citou, como exemplo, a visita recente de uma missão chinesa que avaliou oportunidades de investimento nas chamadas Rotas de Integração Sul-Americana. “Essas rotas são mais do que corredores de exportação entre o Atlântico e o Pacífico: são vetores de indução do desenvolvimento”, afirmou Lula.
Investimentos no setor portuário
Um dos projetos que despertaram interesse dos empresários chineses é o Túnel de Santos, que deve ligar as cidades de Santos e Guarujá, em São Paulo. De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o leilão que definirá o consórcio responsável pela obra está previsto para agosto.
Durante os encontros na China, foram assinados acordos no setor portuário que podem atrair mais de R$ 6 bilhões em investimentos. “Essas empresas participarão do leilão em agosto. Nos próximos 30 dias, um conjunto de empresas está indo ao Brasil para poder participar efetivamente da construção de consórcios”, afirmou o ministro.
Parceria estratégica
A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2023, as exportações brasileiras para o país asiático somaram US$ 157,5 bilhões — valor recorde —, enquanto as importações chegaram a US$ 104,3 bilhões. Segundo dados do Palácio do Planalto, as vendas brasileiras para a China superaram, juntas, as exportações para os Estados Unidos (US$ 36,9 bilhões) e para a União Europeia (US$ 46,3 bilhões).
