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Bolívia terá segundo turno entre dois candidatos de direita pela 1ª vez; Evo Morales pediu a apoiadores anulação de voto

Eleições à Presidência da Bolívia ocorreram neste domingo (17)

Foto: Reprodução/X @tutoquiroga e @Rodrigo_PazP

Dois candidatos de direita vão decidir as eleições à Presidência da Bolívia, em segundo turno, pela primeira vez. Rodrigo Paz Pereira (Partido Popular Cristão) e Jorge “Tuto” Quiroga (Liberdade e Democracia) disputarão o pleito, marcado para 19 de outubro. Com mais de 90% das urnas apuradas pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país, Paz aparece na liderança com 32,08% dos votos, seguido de Quiroga, com 26,94%.

Por outro lado, as urnas confirmaram também o enfraquecimento do Movimento ao Socialismo (MAS), que governou o país por 20 anos sob Evo Morales e Luis Arce. O principal candidato de esquerda, Andrónico Rodríguez, terminou em quarto lugar, com 8,15%, enquanto o candidato oficial do MAS, Eduardo del Castillo, ficou em sexto, com 3,14%.

Paz, de 57 anos, era considerado azarão até o início da campanha. Contudo, ele superou as pesquisas, que o colocavam apenas em quinto ou sexto lugar. Com uma campanha modesta e discurso de combate à corrupção, Paz se apresentou como outsider.

Já Quiroga, de 65, já foi presidente do país entre 2001 e 2002. Ele construiu a trajetória no partido Ação Democrática Nacionalista (ADN) e tem propostas centradas na recuperação econômica.

O plano dele inclui estabilização fiscal com apoio internacional, câmbio flexível, redução de subsídios e reativação de setores estratégicos como gás, mineração e agricultura. Quiroga defende ainda a ampliação da propriedade individual de terras e ativos produtivos.

Evo Morales e o voto nulo

Fora da disputa após o Tribunal Constitucional Plurinacional confirmar que a Constituição proíbe uma segunda reeleição — contínua ou descontínua —, Evo Morales pediu que os apoiadores dele anulassem o voto como forma de protesto. O apelo, no entanto, encontrou resistências devido à divisão interna do MAS, marcada pelo rompimento entre Morales e Arce. Isso reduziu a capacidade de mobilização da legenda.