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Transição escolar pode gerar ansiedade, insegurança, perda de vínculos e sobrecarga cognitiva nos estudantes, afirma especialista

Elivania Leite, do Colégio Omega, explica como projeto da escola tem preparado estudantes para lidar com os impactos das mudanças de ciclo

Foto: Divulgação

À medida que o fim do ano se aproxima, cresce, entre as famílias, a preocupação com o próximo ano letivo e, para muitos estudantes, também aumentam as expectativas e inseguranças diante da mudança de fase escolar. Transições como sair da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, ou avançar do Fundamental para o Ensino Médio, costumam trazer entusiasmo, mas também medo, ansiedade, perda de vínculos e desafios cognitivos que podem impactar diretamente a rotina da família e o desempenho acadêmico.

Atento a esse cenário, o Colégio Omega, em Salvador, desenvolveu o Projeto Transição, um programa estruturado que acolhe alunos e responsáveis durante essas mudanças, garantindo que o processo seja vivido de forma leve, segura e positiva. A iniciativa reúne vivências, visitas guiadas, atividades lúdicas, rodas de conversa, encontros com professores e orientadores, além de momentos de escuta individual e coletiva.

Segundo Elivania Leite, coordenadora pedagógica e orientadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais, a transição escolar é um momento sensível e cheio de impactos. “Toda mudança traz impactos significativos, e a transição escolar é uma delas. Mudar de ciclo, de professor, de rotina ou até mesmo de espaço gera efeitos sociais, cognitivos, emocionais e familiares”, explica, a especialista.

Para ELivania, sentimentos como medo, ansiedade e insegurança são comuns, além de questões sociais, como receio de perder vínculos e dificuldade para criar novos. “No campo da aprendizagem, a adaptação à nova rotina pode causar sobrecarga cognitiva, irritabilidade, queda na autoestima e até impacto nas notas, caso essa transição não seja bem conduzida”, reforça, a coordenadora.

O objetivo do Projeto Transição, portanto, é preparar o estudante para lidar com o novo e evitar que a mudança se torne uma ruptura. “Queremos que ele perceba cada fase como continuidade do seu processo de formação, e não como quebra. Toda transição tem começo, meio e fim, e o papel da escola é criar estratégias para que o aluno se sinta seguro emocional e academicamente”, explica Elivania.

Para as famílias, o projeto também representa tranquilidade. Bruna Darele, mãe de Isabella, de 5 anos, afirma que participar das ações tem sido fundamental para compreender a nova rotina da filha. “Esse cuidado tem sido essencial, tanto na trajetória dela, que está saindo da Educação Infantil para o 1º ano, quanto para a minha tranquilidade enquanto mãe. O Omega mostra que se preocupa em formar alunos seguros, empáticos e preparados para os desafios da vida”, destaca.

As ações do Projeto Transição são planejadas ao longo de todo o segundo semestre e adaptadas conforme a faixa etária:
• Do G5 para o 1º ano: foco no desenvolvimento da autonomia e na familiarização com o novo formato pedagógico e componentes curriculares.
• Do 5º para o 6º ano: ênfase na criação de uma rotina de estudos mais organizada e na adaptação ao modelo com múltiplos professores.
• Do 9º ano para o Ensino Médio: abordagem mais emocional e reflexiva, com temas como amadurecimento, escolhas profissionais, autoconhecimento e construção de projetos de vida.