JUSTIÇA


STF avalia resposta contra sanções da Lei Magnitsky após ameaças da família Bolsonaro, diz coluna

Reação deve ser construída no julgamento de uma ação que busca impedir punições a bancos que mantenham contas de clientes sancionados pela Magnitsky

Foto: Fellipe Sampaio /STF

As ameaças recorrentes da família Bolsonaro a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os recados enviados por aliados de Donald Trump, ao que parece, esgotaram a paciência na Corte. De acordo com a coluna de Andreza Matais, do Metrópoles, até mesmo integrantes tradicionalmente discretos afirmam que não é mais possível conviver com a estratégia de intimidação diária.

Ouvido sob anonimato, um ministro descreveu o clima como uma “infantilização coletiva” baseada na lógica “ou você faz o que eu quero, ou será punido”. Entre as alternativas em discussão está a aplicação de reciprocidade: caso bancos brasileiros sofram sanções da Lei Magnitsky, instituições estrangeiras que atuam no Brasil seriam punidas de forma equivalente.

“Se vale dedo no olho e pisada de elefante para um lado, então vale para o outro”, disse o magistrado.

Ainda conforme a coluna, a resposta do Supremo deve ser construída no julgamento de uma ação do PT que busca impedir punições a bancos nacionais que mantenham contas de clientes sancionados pela Magnitsky — o cenário envolve oito dos onze ministros supostamente visados pelo entorno de Trump.

Dependência do sistema bancário

O embate reacendeu debates sobre a dependência do sistema bancário brasileiro da Amazon Web Services (AWS), empresa dos EUA que fornece infraestrutura central, inovação e serviços de nuvem. No entanto, empresas brasileiras têm alertado o Supremo sobre alternativas nacionais. O Magazine Luiza, por exemplo, desenvolveu a própria rede — a Magalu Cloud — para reduzir custos e eliminar, justamente, a dependência de fornecedores estrangeiros.